(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

Vem ni mim dadivosa!

Meu Deus! Qui muié inteligente,
Que tanto mexe com os sonhos do povão!
As vêis inté acho qui né gente,
E qui só é uma baita inganação.
 
Gente, qui muié danada é essa?
Só dá ela na Vóis do Brasil!
As prosa do jorná, nem bem começa,
E a danada nas cunversa já surgiu.
 
Eu iscuto o radio todo dia
E toda hora o locutor só fala nela,
Um retrato dela intão me serviria ,
Só pra vê cumé qui é a cara dela.
 
Eita, qui muié mais dadivosa,
Qui nem sei direito de onde vem,
Ela deve di sê muito formosa,
Di tanto dinheiro que ela tem...

Há muito tive as minhas muiés lindonas,
Ricas, modestas, inté algumas feias,
Eu já tive também muié cafona,
Cafetonas e as chaves de cadeia.

Mas essa que agora eu tô quereno 
É a que tá incantano esse país,
Pois por ela todo mundo tá sabeno 
Deu dinheiro ao deputado,
Ao senador e ao juiz,
E onti no rádio foi falado,
Que inté os Chefes de Estado, 
Por trinta anos, a danada fez feliz!

Tá pareceno qui é muié de vida
Diveras qui de vida fácil é 
Nunca vi muié assim dimais querida
Que fez de meu país um cabaré!

Cunheço das muié as incumbença:
Do lar, parteira e benzedeira, 
Umas são inté de saliença
Mas nunca ouvi falá di impreitera.
 
Aquelas que lá atrás eu pude tê,
Cumigo hoje em dia , nem mais mexe,
Eu tô mesmo é doidim pra cunhecê, 
Mas sem mi comprometê
É essa tar de Odebecht.

(RAS)
Enviado por (RAS) em 18/04/2017
Alterado em 01/11/2023


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