(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos


 

Desenganos.

Quando debruçares no que fizeste,

Terás amargura inconteste.
Será muito tarde talvez! 
Calaste o que me era alegria,
Rasgaste a minha fantasia 
E me arruinaste de vez.

Modulaste o enredo em  tom triste,
Colocaste teu dedo em riste,
Na ferida sensatez.
És tão exímia quebra-encanto!
Responsável por meu pranto
Exuberar-se em calidez.

Quando olhares o espelho
E veres teu rosto vermelho 
Depois da desfaçatez...
Reviverás o passado,
Que por ti foi maculado,
Ao viver só no que crês.

Quando te for o minuto eterno,
Conhecerás o inverno,
A noite e a sua frigidez.
Sentirás o que eu sinto
E verás que eu não minto
Sobre a tua sordidez.

O tempo te será carrasco,
Tal qual o vazio frasco,
Que te impede a embriaguez.
A alegria te será fiasco,
Contida em pequeninos cascos,
A condenar-te à lucidez. 

Quando em teu engasgo sufocares
E implorar buscando ares,
No vazio que se fez,
Sentirás a minha falta,
Quando as luzes da ribalta
Apagarem-se de vez.

(RAS)
Enviado por (RAS) em 05/10/2016
Alterado em 19/09/2023


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