(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

O ser ético.
Preso na liberdade.

Estranho o mundo em que a chave dos grilhões é a ética , estranho.
Dois mundos extremam a rota , o real e o , para darmos um toque de modernidade no texto vamos chamar de mundo “self”, o mundo que se mergulha na reflexão, um mundo também conhecido pelo nome de consciência. Paralelo ao real o “self” o antagoniza. É como a história do tesouro que você tem mesmo que juntar é no céu . Há um mundo material e outro que o espírito se despe da carcaça torna-se leve  e sobe a montanha. 
O ser ético no mundo real é trancado com a chave da ética , é o  limite, respeita espaços e busca o interesse comum , não se apega a loas garimpadas, detesta o politicamente correto e incomoda e é, sistematicamente, alijado do sistema, pois sabe exatamente onde começa o direito de outrem e termina o seu.
Disse Jesus que o reino dEle não era desse mundo, o mundo feliz do ético também não é nesse mundo real, mas sim na solidão consigo mesmo, onde aí a ética é chave da liberdade . O ser ético mergulhado em seus valores é emperrado pelos oportunistas que barram boas ideias , que não admitem que erram e que se apegam a mantras e recursos para adestramento, para administrarem  por meio do medo e constantes ameaças . O ser ético é transparente e democrático e portanto ignorado pelos comandados, estes valorizam mais quem os conduzem a ferro e fogo. Acomodados, os comandados adoram sentados assistirem  espetáculos e adoram quem pensa e age por eles. Os mesmos que aplaudiram a humildade de Jesus, no lombo de um jumento conduzindo um ramo, foram aqueles que escolheram Barrabás para viver. 
Ser ético é raridade nesse mundo real , onde os exemplos são de oportunismo , de eliminação , competição suja, de vantagem a qualquer custo. Orar e vigiar nunca coube tão bem , quando se vive entre lobos traiçoeiros. 
Alijar é a palavra , fritar é a gíria e assim as instituições são tomadas e dirigidas mecânica e seletivamente, onde permanecem os que aceitam a situação ou dela dependem e os coniventes com a falta de meritocracia e prevalências das bajulações . As instituições estão tomadas por “vaquinhas de presépios “, os “politicamente corretos “, os reativos, os conformados , os  vampiros, enquanto perdem-se os vetores de moralidade e dedicação , enquanto perdem-se a essência de suas filosofias e objetivos, enquanto servem de exposição para insensatez e incompetência .
O ser ético é livre e feliz no mundo “self”, no reino da resoluta consciência, enquanto isso ,sem incômodos,  as instituições vão nutrindo seus cânceres . E  assim as instituições tornam-se redutos de tiranos e os seres éticos reféns dessa anomalia gerencial, que só o tempo cuidará de mostrar suas nefastas consequências , mas até lá gerações e gerações já estarão contaminadas e deformadas por esse imenso mal. 
Que os mundos “self” e real se presenteiem com uma necessária e imediata regeneração e que prevaleça o bem, para o próprio bem da humanidade, pois que os éticos conseguem, com sua dedicação e compromisso  perceberem a pequenez do fenômeno que corrói , os antiéticos desabam com eles sempre culpando algo ou alguém, pois os movem a ganância e a teimosa
intenção de no sistema perpetuarem-se
Os éticos , cuidadosos , conferem o paraqueda...
Se necessário , nem o salto executam...
(RAS)
Enviado por (RAS) em 22/07/2016
Alterado em 15/08/2016


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