(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

Encantos de vitrais.


Agora recolham-se os cacos,
Antes que nos firam também os pés...
Agora faz-se o recomeço, na frigidez do fim...
Reboco dos vazios.

Agora chora-se a taça que de tanto e tudo transbordou,
Nos, até então, delicados brindes.
Taças de puros cristais...
Bastou uma aposta...
E a fráfil taça nem trincou... Espatifou-se!
Quem não viu, perceberá,
Nos fragmentos invarríveis, a refletir em sete mil cores, os momentos que ainda espumam...

Agora recolhem-se os cacos...
Mais parecem, no chão, reprisarem o novo caos, de tanto e de tudo o que existiu!
E vem a lucidez...
E ouve-se risos, murmuros, tilintares e juras...
Tantos momentos por cálidos e sôfregos lábios forjados,
Do oscular infindo nos calorosos instantes dos abraços...

Agora recolhem-se os cacos,
Que mesmo reciclados, recompostos, colados,
Jamais terão o mesmo encanto daquela taça que, impiedosamente, por tão pouco foi quebrado.

(RAS)
Enviado por (RAS) em 20/02/2015
Alterado em 10/07/2023


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