(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

Percepções.
Vejo tudo tão-somente didático, como talvez o analfabeto que para esconder seu dessaber mira a bula do temerário remédio, proclamando aquilo não passar de meros reclames: cômico, mas intrigante o ensinamento...
Acredito ainda, salvo melhor juízo, ser tudo ferramentas construídas e projetadas pelas nossas simplistas e acomodadas mentes, para concepção de nossos desígnios. E eis que elevamos umbrais , paraísos e purgatórios, no entanto, nada mais são que intermédios para a Bem-aventurança ou ao Apocalipse, construídos palmo a palmo por nossas escolhas, no decorrer de nossas sucedâneas e infinitas existências.
       Considero didático por ser a forma mais anatômica para nossas mentes ainda brotos compreenderem o que levaríamos anos luz para percebermos. Há que se ter uma metodologia esmerada em ludismo, onde necessitamos de figuras, formas e matérias visíveis, quais crianças a desenharem os “rabinhos dos porquinhos enroladinhos” e mal traçarem seus primeiros garranchos, ameaços de letras.
         Vejo ainda prevalecer um mecanismo de defesa oportuno e impeditivo de uma compreensão ligeira, pois não estão nossas estruturas habilitadas a obter, nem mensurar informações de nossas possibilidades e dívidas correspondentes, pois seria imenso o arrependimento, o espanto, a incompreensão e seria ainda um anafilático choque para cada  átomo nosso e em êxtase os nossos corpos sucumbiriam à reação reflexa e evasiva de nossos espíritos.
Percebo que evoluímos numa proporção tal qual a tecnologia avança, a diferença está na velocidade. Nossa atividade mental aumenta vagarosamente, ultrapassando aos poucos a necessidade da matéria corpórea nos despregando das dependências de nossas necessidades primitivas, como aumentam as capacidades de memórias virtuais inversamente proporcional ao tamanho de seus invólucros geradouros.
Vejam como evoluem os seres e seus “brinquedos” de última geração...
Mas maquina em minha mente, também muito carente ainda de entendimento, o porquê de evoluirmos tão lentamente, sendo que lidamos com aparelhos ínfimos na estrutura material e memórias “bytes” de capacidades inalcançáveis : do giga ao tera .
O que estará emperrando nossa geração, o que a está estagnando e levando-a ao “underground”, aos porões do inconcebível?
Os cenários malucos que se nos apresentam, nos consomem, nos cegam até e nos impedem de usarmos nossas mentes que se atrofiam na resolução de problemas que sublimamos, mas que nada acrescem à nossa evolução. Assim caminhamos a passos largos para grilhões e breus resultantes de uma ignorância coletiva, um cenário pronto, a exigir uma inédita e cirúrgica intervenção, não traumática, como fora outrora nos rústicos homens, mas uma intervenção de amor e compaixão, nesses permissivos, desorientados e modernos habitantes terrais, desprovidos do senso de limites e obediência, carentes de ensinamentos, liderança e rumo...
Desapego... Exceler sentimentos e comportamentos que elevam, despir-se das necessidades primitivas da carne, como fazem as serpentes com sua peles velhas, clamar por auxílio e pôr-se em condições de recebê-los: eis o advento do prometido Consolo - o surgimento do novo homem!

(RAS)
Enviado por (RAS) em 09/05/2013
Alterado em 27/05/2013


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