(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

Corpo.

É como o cessar de uma trégua... Desde as minhas mais remotas auroras...

Ao acordar, eu visto meu traje de sofrer e caçar perenidade, então oro, fervorosamente, para a sua eficiência.

Esse traje alado de desejos...

Armado sempre de boas expectativas e, por conseguinte, sujeito a dores e decepções...

Tão vulnerável e primitivo!

Vítima de si mesmo, traz pelas eras as marcas de seus descuidos,

Da incoerência de suas escolhas, rumo à sua insignificância, à sua matéria-prima, que se dissipará novamente na imensidão do cosmo.

Não sofreremos se humildemente aceitarmos as derrotas e entendê-las como provações vencidas,

Portanto, transformá-las em vitórias, eis a plenitude, eis aí a Evolução!

A adversidade bem abordada nos aperfeiçoa.

De nada adiantam as espadas, os elmos, as asas, a égide...

Mais nos valerá a humildade, que nos prepara para as agonias e dores.

Batalhar a boa batalha...

Armado sim, mas de mansidão.

Inevitável é o auto flagelo, se optamos assessorados pela primitiva carcaça desprovida de conhecimento e a tornamos o principal obstáculo para o nosso entendimento e felicidade plena...

Tanto temos e o mesmo tanto desconhecemos!

O primeiro trajar se faz com choro e os demais são auroras e auroras...

Abrimos os olhos e o sol os queima, se os fechamos torra-se a consciência, seca-se a boca e mingua-se o juízo.

Haverá um dia que não saberemos mais o que é dor, desejos menores, vaidade, egoísmo...

Haverá uma pretensa aurora que nos arremessará na eternidade, na Pátria Perfeita, na qual nos despiremos do tão denso invólucro e seremos revestidos tão somente de Luz, fluidos, energia e de nobilíssimos sentimentos, então, os alvoreceres não nos serão mais causas de dor, pois alcançaremos a mesma fluidez dos que nos rodeiam e que, portanto, apenas os sentimos.

Que assim seja!

(RAS)
Enviado por (RAS) em 03/12/2012
Alterado em 18/05/2023


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